Por que é tão difícil encontrar itens de moda para mulheres que não performam feminilidade?

Quando pensamos em moda, a palavra "inclusão" parece estar mais presente nos discursos das marcas do que nas suas práticas.

De fato, existem muitas mulheres LGBTQIAPN+ que performam feminilidade e conseguem se identificar com as opções disponíveis. Mas e as que não performam? E as mulheres sáficas que fogem dos padrões esperados de feminilidade?

Não estamos falando apenas de aceitação em ambientes de consumo, afinal, estamos em 2025 e isso deveria ser o mínimo. 

Estamos falando de representatividade real: quem aparece nas campanhas publicitárias? Quem é contemplada pelas coleções? 

Mesmo marcas que promovem discursos pró-diversidade insistem em lateralizar suas roupas como “femininas” e “masculinas”. Essa divisão reforça a ideia de que estilo precisa ser binário, o que impacta diretamente a experiência de compra de mulheres que não se encaixam nesse padrão.

Para muitas mulheres “desfems” - termo usado para se referir a mulheres desfeminilizadas - o caminho acaba sendo a seção masculina  e, em alguns casos, a seção masculina infantil.

E por que isso é um problema? Porque limita a expressão individual. A moda, que deveria ser um espaço de liberdade e identidade, vira uma jornada cansativa e frustrante.

Mulheres que não performam feminilidade precisam buscar opções que nem sequer foram feitas pensando nelas, enquanto marcas continuam reproduzindo um discurso inclusivo apenas na superfície.

Além disso, essa separação de gênero na moda deixa claro o quanto as grandes marcas ainda não entenderam o básico: 

Continuar reforçando barreiras como “roupas de homem” e “roupas de mulher” mostra o quão desconectadas essas marcas estão da realidade de seus consumidores. No mês do orgulho, vemos campanhas cheias de cores e promessas, mas na prática, a falta de comprometimento é evidente.

Afinal, representatividade não é só uma campanha bonita. É entender as reais necessidades de todas as pessoas e criar espaços onde ninguém precise se adaptar ao que já está pronto. É sobre desenhar coleções pensando em corpos diversos, estilos autênticos e na liberdade de expressão.

Foi pensando nisso que a Weekend nasceu. Sabemos que não basta falar sobre inclusão – é preciso praticar. Por isso, queremos ser a marca para quem nunca se viu em nenhuma outra, queremos ser um espaço onde você se veja, onde suas escolhas façam sentido e onde a moda seja, mais que tudo, representativa. E os acessórios Week serão só o começo.

 

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3 comentários

Perdi as contas de quantas vezes tive q comprar na sessão masculina infantil pq não encontrei nada que me agradasse na sessão feminina. Muito pertinente o artigo, ansiosa pelo lançamento da marca!

Maísa

Estou achando essa nova marca uma maravilha, não sou desfem, mas vejo que muitas mulheres saficas que fogem do padrão feminino não são representadas.
Essa marca é mais que necessária!

Jhuli Matos

Oii, fico muito feliz por essa marca estar nascendo. Eu trabalho com semijoias (no estoque de um atacado) e realmente, não há inclusão de mulheres desfem nesse universo

Victória Rayzza

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